Duas novas cidades ganharam mais proteção para a vida marinha em Alagoas e Pernambuco. As áreas fechadas de Maragogi (AL) e Japaratinga (PE) são parte da primeira etapa de implementação das ZVPM (Zonas de Preservação da Vida Marinha) que consta no Plano de Manejo (documento que define os vários usos da unidade de conservação), criado pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Até o momento, são três zonas na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, região entre os estados de Alagoas e Pernambuco que tem o apoio da Fundação Toyota do Brasil. A primeira experiência foi realizada em Tamandaré (PE) e está consolidada há 16 anos.
A primeira área fechada da APA Costa dos Corais de Maragogi possui uma área total de aproximadamente 72 hectares e está localizada a cerca de seis quilômetros da costa, no recife denominado popularmente como “Pedra do Meio”. O local fica entre as zonas de visitação denominadas Taocas e Galés. O recife selecionado para o fechamento fica entre duas barras, que permitem o abrigo de diversos organismos e larvas. Além disso, é um local com maior concentração da espécie endêmica coral, Mussismilia harttii Verril, importante construtor recifal.
Implementação da área fechada em Maragogi (AL)
Já a segunda ZPVM de Pernambuco, em Japaratinga, possui aproximadamente 230 hectares e se encontra definida e implementada de forma provisória, a fim de que os moradores e turistas já incorporem seu objetivo.
Para o chefe da APA, Paulo Roberto Corrêa Jr., o maior desafio é garantir o apoio dos profissionais que atuam na segunda maior atividade econômica da região, a pesca. “Nas áreas fechadas não são permitidas atividades humanas, exceto para pesquisas cientificas. O objetivo é recuperar a fauna e flora marinha, aumentando o estoque pesqueiro em nível local bem como o ordenamento da atividade pesqueira”, explica.
Resultados das áreas fechadas
As primeiras experiências com zonas de preservação da vida marinha, na APA Costa dos Corais, foram realizadas no município de Tamandaré (PE) e Paripueira (AL), sendo a segunda encerrada em 2003. A iniciativa, na ocasião, contou com apoio do Instituto Recifes Costeiros (Ircos), liderado pelo biólogo Mauro Maida e do Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene), do ICMBio.
Alguns anos após se manter intocada, a área fechada de Tamandaré (PE), com quatro quilômetros de extensão, apenas 10% da costa daquele município, já apresentava índice de recuperação bastante expressivo. Espécies que não eram vistas como o mero, ameaçado de extinção e na lista Nacional do Ibama e da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), bem como o bico-verde, passaram a frequentar a área. “O número de indivíduos da família dos dentões e baúnas aumentou 13 vezes em relação às zonas não protegidas. A população de polvos e lagostas cresceu quatro vezes e até a pesca nas áreas adjacentes e abertas foram beneficiadas – acabaram repovoadas”, conclui Mauro Maida.
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