Questão de sobrevivência

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18.09.14

Por Ricardo Bastos, presidente da Fundação Toyota do Brasil

Se sensibilizar com as necessidades sociais e entender que todos devem contribuir para equacionar os problemas sociais é um conceito que as empresas têm adotado em busca de mais expressão e reconhecimento social por meio de iniciativas efetivas diante de clientes, cidadãos e a sociedade em geral. É fato que investir na área social melhora a relação da empresa com parceiros, e reforça sua reputação e imagem com os consumidores. Mas ainda é um diferencial? Quantas empresas assumem o papel responsável e correm atrás dos resultados de suas ações?

Atualmente, apenas 6% das entidades brasileiras sem fins lucrativos são voltadas para a área de educação, ficando atrás de associações religiosas e profissionais com 28% e 15%, respectivamente, segundo o estudo “As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil”, realizado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Ações de curto prazo são importantes e necessárias, porém para o desenvolvimento sustentável econômico, político e social é necessário chamar atenção de crianças, jovens e adultos por meio da educação e informação, desenvolvendo o espírito crítico para evolução social.

É fundamental, sobretudo, promover processos educativos que possibilitem mudanças. Neste ano, a Fundação Toyota do Brasil completa cinco anos de atividades no País com resultados já expressivos, contribuindo efetivamente para a formação de cidadãos e também da preservação ambiental, princípios adotados desde sua instituição.

Um importante exemplo de projeto e parceria é o projeto Ambientação, que capacita e auxilia cidadãos na identificação de problemas e na solução destes, chegando a reduzir, desde 2008, em 50% o consumo de água e energia, representando uma economia de R$ 70 mil aos cofres públicos na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo. O resultado expressivo é o fruto de uma ação com envolvimento pleno de alunos e professores da rede pública, orientados por uma metodologia própria da Toyota.

Para alcançar estes resultados consistentes, a Toyota não precisou abandonar seus objetivos e interesses econômicos. Uma empresa é socialmente responsável quando desempenha seu papel econômico na sociedade gerando empregos, pagando impostos, produzindo bens e serviços com responsabilidade e oferecendo produtos e soluções de mobilidade eficiente como a tecnologia híbrida, representada no Brasil pelo Prius, que tem média de consumo de combustível de 25km/l, cerca de 50% mais econômico que um veículo 1.0.

Mas, hoje, apenas essa função não é suficiente. É necessário que as empresas interajam com entidades públicas na formulação e implementação de políticas sociais que contribuam diretamente com as necessidades da sociedade. Gerir políticas sociais é mais que governar e satisfazer as necessidades públicas é, também, construir uma sociedade menos desigual em um ambiente democrático de mediação política e integração social. É uma questão de sobrevivência.

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