Turismo de observação e atividades ecológicas e preservação atraem visitantes à Costa dos Corais, no litoral nordestino

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16.05.14

Os 413.000 hectares de natureza exuberante, que abrangem oito municípios de Alagoas e três em Pernambuco, são um verdadeiro berçário da vida marinha, com mais de 185 espécies de peixes registradas e a presença de animais em risco de extinção, como a tartaruga marinha e o peixe-boi-marinho. O modelo de preservação da Área de Proteção Ambiental (APA), que conta com o apoio da Fundação Toyota do Brasil, é referência no ordenamento das atividades econômicas, sociais e turísticas, além de atrair uma grande quantidade de visitantes em busca de turismo ecológico.

De acordo com um estudo do Ministério do Turismo, em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o Nordeste recebe 30% dos turistas do Brasil pela diversidade de atrações. O local proporciona mergulho, passeios de barcos, observação de espécies da flora e da fauna, além de programas culturais, como visitas a construções originais do século 18.

Segundo a pesquisa, as atividades relacionadas ao turismo representam 9,8% do PIB da região, um faturamento de R$ 42,7 milhões por ano. Parte desse resultado é fruto das recentes ações realizadas por meio do projeto Toyota APA Costa dos Corais, que também conta com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Fundação SOS Mata Atlântica e da Fundação Toyota do Brasil. A iniciativa contribui com o fornecimento de equipamentos adequados, melhorias na infraestrutura e capacitação profissional. Também garante a continuidade das atividades pelos próximos 10 anos, por meio da criação de um fundo de perpetuidade.

O projeto visa a conservação dos recifes de corais, a proteção das áreas de manguezais e a preservação do habitat, e tem tornado autossustentáveis as comunidades, que perceberam o potencial turístico da região, considerada uma das mais belas do País. Dessa forma, atividades econômicas regradas, como o passeio de observação do peixe-boi-marinho, contribuem para a preservação do mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil.

Para a consolidação dos resultados, foram estabelecidas parcerias com diversas organizações que desenvolvem atividades complementares na região, de forma a resguardar a diversidade biológica, promover educação ambiental e garantir o desenvolvimento do turismo sustentável. O Instituto de Recifes Costeiros (Ircos) é uma dessas entidades, que atua há mais de 20 anos na APA, realizando estudos científicos, auxiliando a comunidade na conservação da maior formação recifal do Atlântico Sul, no uso consciente de recursos naturais e na recuperação de áreas degradadas. Um ambiente fechado a qualquer atividade humana também foi criado pelo Ircos, para operar como berçário marinho. “O local funciona como uma área para reprodução e crescimento de peixes. Assim, quando eles saem, o pescador vai pegar um peixe muito maior”, esclarece Mauro Maida, presidente do Ircos.

Já a Cooperativa Náutica Ambiental promove em Tamandaré (PE) a observação marinha. Com o apoio de pescadores, estudantes e mergulhadores, desenvolve de forma responsável o turismo, que hoje é a principal fonte de renda para os cerca de 195.000 habitantes da região.

Por meio de capacitação técnica de profissionais da educação, o Instituto Bioma Brasil contribui com as comunidades, possibilitando maior conhecimento dos ecossistemas costeiros e da sua diversidade biológica e cultural.

Enquanto isso, a Associação Peixe-Boi trabalha na conscientização sobre a importância de salvar o ambiente e o peixe-boi-marinho. Atualmente, biólogos e especialistas contabilizam cerca de 500 indivíduos no litoral brasileiro. A pesca com arpões, colisões com barcos e hélices, predadores naturais (tubarões e orcas), o assoreamento dos estuários, onde as fêmeas dão à luz, e o tempo longo de reprodução são os principais motivos para a ameaça de extinção da espécie. Para Flavia Rego, presidente da organização, o engajamento das famílias, aliado à geração de renda das mesmas, tem aumentado ano após ano.  “O turismo de observação do peixe-boi-marinho é um dos maiores geradores de renda nos dois municípios. Muitas pessoas atuam diretamente, enquanto outras conseguem ter renda indireta, com o artesanato, por exemplo”, afirma Flavia.

Segundo Paulo Roberto Correa de Sousa Junior, chefe regional da APA,  os principais desafios são tornar as comunidades econômica e socialmente autossustentáveis e, ao mesmo tempo, aumentar a visibilidade e conscientização da população local sobre a necessidade de conservar parte importante do bioma brasileiro. “Todo resultado só é possível por meio do apoio aos diversos programas desenvolvidos, que contemplam monitoramento, fiscalização, uso público e gestão socioambiental”, explica Paulo.

Para completar as ações focadas na preservação e em questões socioeconômicas, como o ordenamento do turismo de baixo impacto, o Toyota APA Costa dos Corais incentiva as manifestações culturais e contribui para o resgate das tradições regionais. “A formação socioambiental das comunidades costeiras é um trabalho fundamental para atingirmos nossos objetivos. Continuaremos trabalhando sempre focados na importância da conscientização de turistas e moradores da região. Uma vez conscientes sobre a importância dos recursos naturais e seu esgotamento, iremos utilizá-los de forma mais ordenada e responsável”, completa Ricardo Bastos, diretor-presidente da Fundação Toyota do Brasil.

Rota de turismo sustentável

Diante de tantas opções e paisagens, o projeto Toyota APA Costa dos Corais selecionou uma rota das principais praias da região, além de revelar algumas regras para os visitantes que desejam desfrutar da beleza local de forma divertida e consciente da necessidade da preservação ambiental.  Verifique algumas dicas e trace o seu programa de viagem.

O ponto de partida sugerido é Maragogi. O município pode ser acessado por Maceió (AL) e Recife (PE), com maior facilidade pela estrada que sai da capital alagoana. A região é ideal para quem deseja conhecer as piscinas naturais de Alagoas, também conhecidas como galés. Em horários de maré baixa, é possível mergulhar de snorkel ou cilindro, a até cinco metros de profundidade. A opção inclui acompanhamento de guias. No mesmo circuito, não deixe de fazer uma visita a Japaratinga (AL). A cidade tem um ritmo ainda mais relaxado que Maragogi e mantém suas construções originais, como a  Igreja Matriz, construída pelos holandeses há mais de 300 anos.

São Miguel dos Milagres é o local perfeito para um passeio de barco pelo rio Tatuamunha, onde o turista possivelmente terá um encontro com peixe-boi. As praias do Toque e Porto da Rua também são atrações do município.

Já no Pernambuco, o mar cristalino da Praia de Carneiros recebe diversos visitantes, interessados em  observar peixes e outros animais marinhos nas piscinas de corais. O acesso difícil contribui para o local ser relativamente pouco frequentado, tendo sua paisagem quase inalterada desde o século passado.

Porto de Galinhas é parada obrigatória para qualquer viajante que passe pela região. Durante o dia, o roteiro é preenchido por mergulhos nos corais, caminhadas pela praia e atividades esportivas, como o frescobol. À noite, as vilinhas aconchegantes do centro comercial se enchem de turistas à procura de suvenires.

Dicas para aproveitar melhor a viagem

• As paisagens das praias podem mudar de acordo com a variação das marés. Se o passeio acontecer em um dia de maré mínima (entre 0,1 m e 0,2 m de altura), é possível observar os recifes de corais, com a água transparente na altura dos joelhos. Em época de maré alta (entre 0,4 m e 0,7 m), a correnteza é mais intensa e fica mais difícil se movimentar entre os corais.

• É recomendável que o visitante busque informações sobre a prática de atividades e condições das praias, com profissionais de turismo e nas unidades de conservação da APA Costa dos Corais.

• Vale ressaltar que é de extrema importância que o turista tenha um comportamento consciente e atitudes sustentáveis ao visitar áreas de proteção ambiental. Simples hábitos, como não alimentar animais, não jogar lixo ou coletar materiais do meio ambiente, são essenciais.

• Cuidado ao utilizar materiais de mergulho, como nadadeiras, máquinas fotográficas e máscaras, pois os corais são muito frágeis e morrem com facilidade.

Como chegar

– Aéreo

As principais portas de entrada são o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, em Maceió (AL) e o Aeroporto Internacional Gilberto Freire, em Recife (PE). Ambos possuem serviços de transfer para a Costa dos Corais.

– Ônibus

As saídas dos ônibus em Maceió e Recife acontecem em horários simultâneos, e o tempo de duração da viagem entre as duas capitais é de 4h40. Os ônibus partem dos terminais rodoviários às 4h15 e 11h. O bilhete Maceió/Recife custa cerca de R$ 41,00, com a taxa de embarque. O preço varia para outras cidades.

– Carro

Partindo de Maceió, pegue a rodovia AL-101 Norte. De Recife, siga para a BR-101 Sul, depois pegue a PE-60 até divisa PE/AL, para acessar a AL-101 Norte.

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